domingo, 20 de setembro de 2009

eu passo horas e horas, lânguidas horas tão arrastadas te explicando minuciosamente cada doçura desse meu sentir. e te explico assim b e m d e v a g a r z i n h o para que você possa entender. Mas você insiste em não saber, insiste em virar as costas para as circunstâncias que perversamente nos aproximaram, e que tão neuroticamente nos afastaram.
E agora eu fico aqui, te esperando apesar de saber que você não virá. E hoje foi um dia como outro dia qualquer, e eu tentei pensar em como era e minha vida antes de você.
Você foi permeando meus espaços, foi se instalando devagar, e.. e me diz o que eu faço com esse teu abrigo, meu amor? Eu me incumbi de você, de te cuidar e te amar, de te fazer o bem divino e te cobrir de amores e amores, de flores de iemanjá e sementes de girassol. Eu não pude me sustentar sozinha, e fantasiei o imaginário da tua presença fálica que me fez companhia nessa doença que sempre chama por você.
'... eu protegi teu nome por amor' - e por amor eu cometi uma centena de crimes, eu violei leis invioláveis e ainda assim não te achei. Eu te perdi dentro de mim, e fechei os olhos pra distância que insistia em nos ferir.
Som, fumaça e sono; e eu ainda estou aqui. E há um limiar muito tênue entre a loucura e a compreensão, e eu preciso de você pra articular esse sinthoma, pra me manter firme nesse meio termo, que chamam por aí tão vulgarmente de vida.

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