quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Em segredo te contarei, minha vida; que é como chuva que chega que eu me abro toda azul a te receber. E me ilumino toda, e te admiro todo, e te peço tanto, mas tanto; que até confundo as palavras. Eu te dei o melhor de mim, e te cuidei e te amei. Ah, que história bonita eu teria pra contar; mas acontece que dia desses eu dormi com um desconhecido numa cama tão pequena, que eu tive que abraçá-lo bem forte, e eu pude te sentir em cada milímetro do meu corpo. Você, amor; no corpo de um desconhecido qualquer. E hoje já não me importa mais que você venha ou não, eu sempre vou te ter por perto numa fotografia qualquer, num porre de vodka ou num desses carros vermelhos que passam na rua.
Se eu pudesse, eu desfazia cada letra de cada texto de cada noite de cada cada, eu desfazia toda essa especificidade mesquinha e medíocre e transformava em estrelas brilhantes e dissimuladas a iluminar as putas da Amaral Peixoto, os travestis da 21.
Agora já é tarde, já tirei os saltos e desfiz a maquiagem; mas amanhã começa tudo de novo. E se por acaso você me encontrar por aí, não te escondas, meu amor. Se achegue bem pertinho e me diga que não sente falta, mas que sim, faz tempo.

2 comentários:

  1. Os seus textos continuam o mesmo espetáculo de sempRe!

    Visite: plantaravida.blogspot.com

    Beijos! Saudades. . .

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  2. muito bom, algumas partes intensas outras mais voadoras, rs, bacana teu escrito, rs
    Bons Dias

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