domingo, 25 de outubro de 2009

E foi entre martinis e cigarros de menta que eu tentei não me dar conta do mal que você meu causou. Foi tentando não te ver que mais uma vez eu te achei; foi tentando ser eu que eu fui você.
e eu sabia que uma infinidade de coisas separariam você de mim, não que eu não quisesse, mas sim pelo fato de você ser muito seu para que pudesse ser meu. E de repente te encontrar assim, sem aviso prévio, meu causou o caos; e em alguns segundos eu tive que rever toda a minha história tendo você como protagonista dessa tragédia doce e cruel.
Onde é que eu estava enquanto você invadia a minha vida e tomava conta de mim? Onde foi que eu me perdi que não percebi que cada vez mais eu te engolia, te devorava e não te deixava ir embora?
Falamos coisas que não deveriam ser ditas, e fizemos coisas que só foram legitimadas no vão da nossa incompreesão, no abismo desse descompasso de sentir. E eu queria tanto, tanto, mas tanto, amor; que não pude ver que você se dissipava em gotas de ausência.
E ali, duas da manhã naquele inferno eu tive que suportar a sua suportabilidade, e tive que te conceber de outra forma, e dessa forma, minha vida; você já era um grande outro que me deixava sem chão, sem caminho algum a seguir. E naquele instante eu precisei tanto de você, que se você soubesse talvez nem se assustasse mais. Eu sei que já faz muito tempo e que uma enxurrada de acontecimentos atropelou a nossa esperança, mas me diz se já é tarde; me diz que já é tarde.
Luz, fumaça, som e álcool; e você ali. Corpos, copos, vidro, e você ainda ali. Vertigem, sono e saudade, e você ali. Vem pro meu lado, e deixa eu te contar as histórias que eu escrevi pra nós dois, acredita em mim, amor; e me diz que mesmo depois de tanto tempo, ainda há tempo.
Houve, haveria, haverá. Essa maré insiste em encher e você volta de repente, de ressaca, cansado e procura a minha paz, e tira a minha paz, e vai embora de novo. Fica mais um pouco, vou fazer um café e ouvir você dizer todas essas coisas sem valor; mas só espera eu tirar essa roupa molhada, ainda é cedo amor, e sim, eu tô morrendo de saudade.

2 comentários:

  1. E isso tudo saiu dessa sua cabeça mesmo?
    Se sim, parabéns...
    Todos ja viveram um pouco disso! rs

    bjs

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  2. Sincero, real, seco.

    Quando um personagem é humano de verdade, ele conquista o leitor

    Parabéns

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